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14 de abril de 2008

Cultura encravada
no centro da cidade


Palácio das Artes: referência nacional



No oásis do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, o Palácio das Artes (PA) parece frutificar cultura. Quase quarentão (foi inaugurado em 1971), o maior espaço multi-cultural da cidade segue firme em sua tarefa disseminadora da arte. Seus 18,5 mil metros quadrados abrigam uma diversidade que vai do Centro de Formação Artística (Cefar) às Galerias; do Cine Humberto Mauro ao Grande Teatro, com capacidade para 1700 espectadores.

Oásis no parque, no meio da selva urbana
(foto: internet, autoria não identificada)


O gigante cultural não tem apenas a função de representar cultura: também cria e incentiva. Os editais para utilização de suas salas, teatros, galerias e jardins comprovam a vocação: são disputados palmo-a-palmo por artistas das mais variadas orientações e por alunos e ex-alunos do Cefar.


A programação do PA conta também com a participação dos Corpos Artísticos da casa. A vantagem é dos belorizontinos, que podem assistir o virtuosismo do Coral Lírico de Minas Gerais, da Companhia de Dança do Palácio das Artes e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Enganam-se, entretanto, os que imaginam terminar aí as formas de representação cultural.


Ainda há os Jovens Talentos: Coral Infantil, Ballet Jovem e Orquestra Jovem. Acabou ? Longe disso. Nada acaba no PA. É um ciclo que conta ainda com shows musicais diversos, óperas, festivais de cinema, teatro, palestras e mostras de artes plásticas, como a recente exposição Gringo Cardia de Todas as Tribos, que levou 30 mil visitantes em pouco mais de um mês de permanência na Galeria Alberto da Veiga Guignard.


Galeria Genesco Murta
(foto: FCS/PA divulgação)


A Grande Galeria homenageia um gênio: Alberto da Veiga Guignard
(foto: FCS/PA divulgação)


Usina cultural


Tudo impressiona, os números são grandiosos. A presidente da Fundação Clóvis Salgado – que administra o Palácio das Artes e a Serraria Souza Pinto – Lúcia Camargo, deixa escapar uma ponta de orgulho quando projeta-se a imagem do PA no cenário nacional. “Encontramos em todo o país, e, mesmo, no exterior, artistas formados aqui, ou que têm no Palácio a sua referência. É a 'Escola Mineira de Espetáculos' que não existe no papel, mas imbrica-se em toda a cultura nacional”, afirma.


Grande Teatro: 1700 lugares para o melhor da cultura brasileira
(foto: internet, autoria não identificada)


Aliás, ela é expert em produção cultural. Jornalista e pedagoga é apenas um preâmbulo. Sob o compromisso e a sensibilidade de Lúcia Camargo ainda estiveram – entre várias outras atribuições – a Secretaria de Estado de Cultura do Paraná, a Secretaria Municipal de Cultura de Curitiba, a direção artística do Theatro Municipal de São Paulo e a presidência da Rádio e TV Educativa do Paraná.


Lúcia Camargo põe a experiência em trabalho constante a favor da cultura
(foto: Paulo Lacerda/FCS/PA)

Então Lúcia é um ser eminentemente político ? Crassa falha de avaliação. O mais adequado seria Ente Cultural. Ao confrontar Lúcia com seu histórico profissional, o que ganha destaque é a interseção. É dessa metáfora matemática que brota a simplicidade objetiva que norteia a administração da Fundação Clóvis Salgado. “A importância dada pela secretária estadual de Cultura, Eleonora Santa Rosa, ao PA é a de uma usina geradora de cultura. Nossa função não é só informar; é, sobretudo, formar platéias competentes. Propiciar todo tipo de manifestação artística. Além do trabalho que se vê entre as paredes do PA, há toda uma circulação dos Corpos Artísticos e do acervo pelas cidades mineiras”, define Lúcia Camargo.


Para todos


Geralmente, a boa arte é associada ao custo alto. Os grandes espetáculos em turnê, sobretudo de teatro e música popular, têm preços salgados. Lúcia Camargo esclarece que há duas características a ressaltar. A primeira é a do aluguel dos espaços do Palácio das Artes, que corresponde a 70% da ocupação anual. “Nós não definimos os valores dos ingressos nesses casos, apenas fazemos cumprir os descontos legais para estudantes e idosos. No entanto, temos que lembrar de que o aluguel dá sustentabilidade às demais atividades artísticas, bem como à própria administração financeira”, esclarece.

O segundo aspecto do qual fala Lúcia Camargo ocorre em decorrência do primeiro: os 30% restantes da ocupação da casa são, de certa forma, subsidiados. É isso o que possibilita a característica popular, geralmente esquecida pelos críticos. A programação do mês de abril, por exemplo, tem preços pra lá de convidativos a qualquer tipo de público, isso sem falar nos espetáculos de altíssimo nível com entrada franca, propiciados, principalmente, pelos mantenedores da Fundação Clóvis Salgado, notadamente a Vale, a Usiminas, a Cemig e a Tim.


Saborosas confidências


O universo do PA comporta ainda livraria, café, biblioteca, musicoteca e loja. A Usina Cultural também atua em parceria com universidades, desenvolvendo cursos de pós-graduação na área de gestão cultural e promove atividades lúdicas nas áreas de música, artes visuais e dança.

Antes de encerrar, Lúcia Camargo faz duas confidências. Entre os dias 1º e 4 de maio, o Palácio das Artes terá a Semana do Trabalhador: todos os espetáculos da programação terão ingressos a R$ 1. Já para 2009, está bem encaminhado o projeto
Ano França-Brasil, com programação cultural variada que propiciará não só um passeio pela cultura francesa, como também o intercâmbio cultural. “Não há o que inventar: tudo é trabalho, garra e entusiasmo. Sempre atuando com uma equipe competente”, define a presidente da Fundação Clóvis Salgado.


Confira AQUI a programação do PA.


Em todos os espetáculos pagos prevalece
a meia-entrada, de acordo com a lei.


Para maiores informações,
o telefefone do PA é (31) 3236-7400,
ou consulte o
site.



(Matéria originalmente feita para o Jornal Edição do Brasil)